Quem "bancou a contratação do Aldo" por pura insistência minha foi o diretor de futebol da época, hoje falecido, Nilson Matos.
Então, Dino Sani, que era o treinador, em reunião de diretoria após a indicação do Aldo virou e disse:
“Quem? Mas quem é Aldo? Eu quero o Nei Dias”.
E assim foi feito, o Rafael de Almeida Magalhães, que era o Vice de futebol, contratou o Nei Dias.
O Nilson Mattos virou e disse:
“Tadeu, pega passagem na agência de viagens, vai a Belém e dá o teu jeito. Se vira e traz o Aldo”.
Isso foi feito, lá chegando num sábado à noite.
No domingo de manhã, fui recebido na casa do presidente do Paysandu, o Sr. Francisco Erci, que era, naquela época, dono da mais famosa caderneta de poupança de Belém.
Durante a reunirão, fomos interrompidos pela esposa do Sr. Erci avisando que tinha um telefonema para ele atender.
Demorou menos de 5 minutos.
O presidente voltou dizendo:
“É o pedreira”.
Eu retruquei:
“Como?”
“É o Vicente Matheus querendo levar o Aldo. Mas deixa estar, falei-lhe que o jogador já é do Fluminense”.
COMO E POR QUÊ DO ALDO
Eu assistia aos jogos na Tribuna de Imprensa, sempre ladeado por Geraldo Borges e Roberto Mercio. Na ocasião, eu era gerente de uma transportadora no Rio e toda segunda feira os motoristas quando vinham de Belém traziam os jornais com os seus cadernos esportivos.
No Fantástico, 90% dos gols do Paysandu eram jogadas do Aldo ou iniciadas por ele.
Aconteceu 1981.
O Paysandu veio jogar contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro.
Com 20 minutos de jogo, Aldo entrara 3 vezes em diagonal com muita velocidade na frente ao gol do Fluminense.
Vira o Geraldo Borges e disse:
“Esse cara joga muito... Agora precisa ver se não é movido a doping".
Muito se falava que os jogadores do norte se dopavam pra jogar.
Daí pra frente (1981), comprei a ideia de trazer o Aldo. Muita insistência com o Nilson:
“Viu o gol do Paysandu, jogada do Aldo”.
E aí pegava os jornais de Belém e jogava na mesa do Nilson Mattos. Foi um ano enchendo a cabeça dele.
COMO FOI A TRANSAÇÃO
O Fluminense emprestou 3 jogadores ao no Paysandu, em 1982. O zagueiro Ademilton, o goleiro Mário e o meia Roque.
Na reunião com o presidente do Paissandu, eu acertei o seguinte:liberação definitiva do Mario, Ademilton e Roque.
Além da cessão de mais 4 jogadores: Klebinho (meio campo), Zezinho (lateral) em definitivo e por empréstimo com passe fixado Braulino (goleiro) e Samuel (cabeça de área). Mais uma importância em dinheiro.
Resolvido o acerto, troca, empréstimo e dinheiro, avisei o Nilson para providenciar a vinda de um diretor para oficializar a negociação.
Eu não era diretor. Era uma espécie de batedor da policia que sai na frente da comitiva.
O certo e que naquela época o ESTATUTO ERA RESPEITADO e eu não poderia oficializar o acordo.
O que foi feito: o Diretor de Futebol do Fluminense, Munir Bacil, viajou na terça-feira seguinte para Belém e, oficialmente, fechou o negócio.
Assim foi que o Aldo veio para no Fluminense!